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quinta-feira, agosto 29, 2013

Relatório aponta irregularidades na Maternidade Mãe Luzia, em Macapá

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Abinoan Santiago
Do G1 AP

Um relatório assinado por 23 profissionais do setor neonatal do Hospital da Mulher Maternidade Mãe Luzia (HMML) foi enviado ao Conselho Regional de Enfermagem do Amapá (Coren/AP), nesta quarta-feira (28). O documento destacou 9 principais carências no referido hospital, que é a única maternidade pública do estado. Mão-de-obra e falta de equipamentos e materiais foram os problemas pontuados.

Segundo o documento, que também foi encaminhado ao Ministério Público, Conselho Estadual de Saúde e Conselho Regional de Medicina (CRM), faltam equipamentos, como sensores para monitor, aspiradores nasais, berços, incubadoras, assistência ventilatória e até sabão para lavar as mãos.

O documento foi enviado ao Coren um dia após o conselho ter fiscalizado a maternidade, na terça-feira (27), motivado por uma denúncia anônima sobre 12 supostas mortes de recém-nascidos, que teriam ocorrido no sábado (24) e domingo (25).

“Tive acesso ao livro de ocorrências e verifiquei apenas 2 óbitos e 2 abortos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Não confirmamos os 12 mortos, mas verificamos outras situações, como as estruturais, que foram pontuadas pelo documento enviado por esses profissionais”, declarou o presidente do Coren, Aureliano Pires.

“Logo quando eu entrei no hospital, o primeiro impacto foi o forte cheiro, o que é inadmissível. Além da falta de profissionais”, acrescentou Pires.

O odor provocado pelo expurgo da UTI Neonatal e carência de profissionais - sem número exato - também foram relatados pelos profissionais na carta.

De acordo com o Coren, em uma outra visita à maternidade, em março de 2013, dos 141 enfermeiros necessários, o hospital possuia apenas 27 para atender aos 152 leitos do prédio. Na UTI Neonatal, por exemplo, dos 39 necessários, o setor tinha 6 à disposição.

Sobre o cheiro forte na maternidade, a diretora interina do hospital, Cristiane Rodrigues, garantiu que uma equipe da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) foi acionada para ir ainda nesta quarta-feira resolver o problema, que seria na caixa de gordura da maternidade.

A diretora interina rebateu a falta de profissionais apontada pelo Coren com afirmação de 34 enfermeiros na UTI Neonatal, o que ainda é abaixo do número fixado pelo conselho. "Na nossa escala de enfermeiros, tivemos colegas grávidas, que estão com licença maternidade. Por isso enfrentamos esse déficit", justificou.

Cristiane Rodrigues garantiu que as demandas dos profissionais são enviadas à Secretaria de Saúde. “Todas as medidas cabíveis das categorias estão sendo respaldadas por documentos e enviados à Secretaria de Saúde. Essas questões de contratação de profissionais não é de nossa responsabilidade. Mas dentro do orçamento da secretaria, eles são chamados e encaminhados ao hospital”, atribuiu.

Quanto à falta de materiais de uso profissional, a diretora interina garantiu que a Secretaria de Saúde está elaborando uma licitação para compra de novos equipamentos.

Sobre a perspectiva de ampliação da maternidade, o governador do Amapá Camilo Capiberibe comentou que tem um projeto para a construção de mais 10 leitos no hospital.  “Vamos construir leitos no primeiro piso. Está programado 10 de Pré-Natal, Parto e Pós-Parto (PPP). Estamos buscando recurso para isso com a Rede Cegonha, tendo clareza da dificuldade de espaço interno na maternidade. Por isso temos um outro projeto para construir uma maternidade de alta complexidade na Zona Norte de Macapá, ao lado do Macapaba”, prometeu, sem especificar datas para iniciar as obras.


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