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domingo, agosto 04, 2013

Artigo: Sentindo na pele ( por @gilvana_ap)

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O hospital A. C. Camargo Câncer Center, referência no tratamento de câncer no país, informa que o câncer de pele é o mais comum e representa mais da metade dos diagnósticos no mundo. São mais de um milhão de novos casos por ano nos Estados Unidos e cerca de 120 mil novos casos no Brasil. Uma das mais respeitadas instituições brasileiras no combate à doença, também traz em seu site a seguinte orientação: “Em caso de suspeita de melanoma, seu médico irá perguntar quando a mudança em sua pele surgiu, se ela aumentou de tamanho ou mudou de aparência, se alguém mais em sua família teve câncer de pele e sobre a sua exposição aos fatores de risco. O especialista deverá também observar tamanho, forma, cor, textura da lesão, se ela sangra ou descama”. 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) “Como a pele - maior órgão do corpo humano - é heterogênea, o câncer de pele não-melanoma pode apresentar tumores de diferentes linhagens. Os mais frequentes são carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos, e o carcinoma epidermoide, representando 25% dos casos. O carcinoma basocelular, apesar de mais incidente, é também o menos agressivo. 

São estatísticas assustadoras. Mais assustadora, ainda, é se deparar com esta realidade na própria pele, literalmente. Fui vítima da própria ignorância ao pensar como a maioria dos brasileiros de que isso “só acontece com os outros”. Ao ignorar os cuidados na prevenção do câncer de pele e os prováveis sintomas da doença, acabei aumentando as estatísticas desse mal.

Decidi compartilhar minha dolorosa experiência ao me deparar com essas estatísticas e ao saber pelo cirurgião plástico, dr. Alexandre Lourinho, que atende pela rede pública e particular inúmeras vítimas de câncer de pele, que boa parte das pessoas atingidas estão no interior do Estado. São agricultores e agricultoras, assim como, ribeirinhos, em sua maioria da terceira idade, que quando descobrem, a doença já está na fase mais avançada. Como consequência, apresentam as mais diversas e indescritíveis sensações e lesões que comprometem e, praticamente, inviabilizam a qualidade de vida dessas pessoas que fazem parte das populações tradicionais da nossa imensa floresta amazônica. São vítimas, provavelmente, da constante incidência dos raios solares na nossa quente e úmida região Norte.

O relato aqui da minha experiência é para servir de alerta para a prevenção do câncer de pele (melanoma e não melanoma) que pode se manifestar com o surgimento “repentino” de erupções ou uma simples mancha. Temos que ficar atentos aos sinais e manchas na pele e procurar um médico especialista na área (dermatologia), a fim de obter um diagnóstico.

Sabia dos sintomas, mas não me preocupava com aquele pequeno sinal na parte superior da “maçã” do rosto, quase na “órbita” do olho direito, que surgiu do nada, depois foi crescendo lentamente e se aproximando do olho. Quando inflamou pela primeira vez, com tamanho, aproximado, de 2 mm,  procurei um dermatologista que, sem enfatizar o perigo que eu corria, me orientou a fazer uma cirurgia plástica para retirar o “sinal”. Tratamento ao qual nunca considerei a possibilidade de fazer, primeiro pela minha falta de coragem para cirurgias e segundo por questões financeiras (as plásticas não eram tão comuns e as cirurgias tinham custo elevado). E, pior, não pensava ser uma cirurgia necessária para garantir minha saúde.

Depois de alguns anos, não sei quanto tempo, me dei conta, ao final do ano passado, que o “sinal” estava grande e muito próximo do meu olho direito. Isso porque começou a inflamar com frequência e resolvi procurar ajuda médica. Sempre protelando, em junho, o “sinal” apresentando inflamação constante por alguns meses, enfim, fui me consultar com a dermatologista Maria Gorete. Ao expor o meu problema, mesmo a olho nu, ela constatou e, de chofre, deu a triste e desesperadora notícia de que aquele “sinal” já havia se transformado em um tumor que necessitava de retirada urgente para realização de biópsia, a fim de confirmar a sua quase certeza de que se tratava de um câncer de pele do tipo “cancinoma basocelular”.

Em menos de 30 dias, fiz a cirurgia para retirada do tumor que já estava medindo 1,5 x 1,3 cm, segundo o resultado da biópsia que trouxe ainda a temida confirmação de um “cancinoma basocelular”,  o tipo mais incidente, porém o menos agressivo. A boa notícia dada pelo médico que fez o procedimento, o cirurgião plástico, Alexandre Lourinho, era de que no resultado da biópsia constava a retirada total do tumor, com a expressão conclusiva de “margens livres”.

É indescritível as inúmeras sensações e confusão de sentimentos a partir do diagnóstico da doença até a sua cura, pós-cirurgia, constatada pelo exame. Ainda estou em recuperação da cirurgia realizada na Clínica de Cirurgia Plástica dr. Alexandre Lourinho, no dia 22 de junho, devido complicações com a aderência do enxerto de pele feito no local da incisão, mas feliz com o resultado de ter tirado a tempo um câncer que poderia me ter tirado a visão. Aliás, feliz é pouco, estou muito feliz, felicíssima.

Agradeço a Deus, à minha família e ao apoio dos amigos Jorge Ney (Índio), Doaci e amiga Mariléia Maciel que acompanharam meu sofrimento desde o diagnóstico da doença. Aos amigos e amigas, colegas de trabalho e todos que me apoiam, agora, na recuperação, meus agradecimentos. Agradeço ainda a atenção dos funcionários da clínica, especial à Mara que ao saber do meu problema, mesmo sem vagas para consultas por pelo menos um mês, levou ao conhecimento do dr Alexandre, médico cirurgião plástico competente, atencioso e dedicado, que com sua habilidade e conhecimento me trouxe a saúde de volta e ainda me atura, até hoje, por conta desse processo de recuperação.

Este não é o fim, mas só o começo de uma constante vigilância para que a doença não se manifeste novamente. Quem passou por isso sabe que tem que fazer acompanhamento médico constante e aqui fica meu alerta de que a prevenção é o melhor remédio. Eu senti na pele!

Gilvana Santos (jornalista profissional atuando em assessoria de imprensa).

Meu comentário: Muito feliz pela cura e recuperação da Gil, colega de profissão e amiga querida. Na verdade, felizão!

Um comentário:

  1. Minha tia querida pulou uma fogueira, agora é só continuar cuidando. Nossa família estará sempre unida torcendo por sua excelente saúde!

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