Por John Pacheco, Do G1 AP
O cabeleireiro Paulo Adalberto, de 42 anos, aguarda no Hospital de Emergência (HE) de Macapá, no Centro, desde o dia 7 de junho por uma cirurgia no braço. Ele conta que quebrou o osso após uma queda, e desde então não recebeu nenhuma resposta a respeito da cirurgia. Na terça-feira (20), ele se juntou a outros pacientes que saíram de seus leitos e macas para protestar em frente do hospital pedindo mais rapidez nas cirurgias.
Os pacientes, junto com familiares, fixaram nas grades do HE, cartazes com os nomes de algumas pessoas que ainda aguardam cirurgias ortopédicas e que não receberam posicionamento por parte do hospital.
Líderes comunitários de alguns bairros se juntaram na manifestação cobrando a construção de um hospital de traumatologia, especialidade que cuida de fraturas e lesões ósseas. A falta de equipamento, estrutura e leitos adequados no HE revoltaram muitos doentes que aguardavam sem resposta pelos procedimentos.
Paulo Adalberto diz que não vai esperar mais e vai se operar na rede privada de saúde em Belém, no Pará. "Até desisti de esperar aqui, todos os dias venho ao HE, e alguém me dá uma resposta diferente em relação a minha cirurgia. Já comprei minha passagem e já agendei o procedimento para o dia 23. Vai custar em torno de R$ 19 mil, mas já entrei no Ministério Público para ser ressarcido pelo estado posteriormente", confirmou o paciente.
O autônomo Oséas Chaves, de 23 anos, que espera há 19 dias por uma operação no punho, saiu da maca 11 na enfermaria 3 para reclamar em frente ao HE. "Desde que cheguei aqui, durmo em uma maca no corredor, já remarcaram algumas vezes meu procedimento, novamente me deram prazo para esse fim de semana", conta revoltado Chaves.
O diretor do HE, Regiclaudio Silva afirma que a procura no hospital é maior que a capacidade de cirurgias diárias realizadas pelo centro cirúrgico. "Todos os dias fazemos de 8 a 10 procedimentos, enquanto que na fila de espera tem 60 pessoas. Realizamos aquelas que os pacientes aguardam há mais tempo, mas a espera dos internados não pode passar de 2 semanas", explica Silva.
Segundo a direção do hospital, para reduzir a fila de espera, o HE realizará no fim de semana, um mutirão de cirurgias ortopédicas, onde toda a equipe de médicos do hospital vai operar em torno de 20 pessoas, além dos procedimentos de rotina. Muitos pacientes poderiam ser transferidos para o Hospital das Clínicas Alberto Lima, no Centro, mas segundo Regiclaudio, uma reforma no prédio impede a internação de mais pacientes.
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