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quarta-feira, setembro 10, 2014

Poema de agora: Labirinto (Régis Sanches)

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Labirinto

Quando você me deixou, levei uma vida errante
Imaginei estar deprimido: pura ilusão
Apostei corrida com a morte, sobrevivi,
Repliquei minha sorte. Então, vivo meu destino.
Veja, que estranho! Ao invés de sua falta
O vazio preenche o meu tempo a cada instante.
Ausência, mesmo, sinto do orgasmo fugaz,
Felicidade aos pedaços, como partículas de Deus.
Os dias em ritmo frenético, lunático,
Talagadas de cachaça, gosto amargo,
Silêncio, solidão, desolação, labirinto.
Agora, tenho uma gata, Wicky vira-lata
Pele cor-de-gelo, olhos azul-cobalto,
derretem meu coração. E sigo, vivo, comigo.
Às vezes, fragmentos de saudade, reminiscências,
Será amor? Paixão? Não sei....
Enfim acordei e descobri: poetas e guitarristas
Têm fuso horário difuso, sete parafusos a menos.
Às 3 horas e 17 minutos,10 de setembro de 2014,
Caminho a esmo, desviando de crateras,
Rota imprecisa de, outrora, impecáveis alamedas
De Vila Amazonas, Santana, Amapá, Amazônia.
Esmaguei um caramujo africano,
Que desembarcou no Brasil junto com o Ebola.
Há três noites não injeto nem um mg de álcool nas veias.
Decidi reabrir o sarcófago dos neurônios da lucidez.
Por fim, um lampejo: - Bebel, meu amor!
Não irei repetir os erros cometidos com Ana Luiza.
Aproxima-se a tormenta, o navio pirata flutua
Nas turbulência do meu espírito.
Com calma quase hipnótica, agora, sei:
A Liberdade é mais importante que o Amor...

Amém!

(Régis Sanches)

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