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sábado, agosto 17, 2013

Paixões platônicas e cinematográficas

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Por FRED FAGUNDES

Quem nunca saiu do cinema suspirando? Quem nunca ficou três dias apaixonado por alguém que simplesmente não existe (não vale a Cheetara dos ThunderCats)?

Não há como achar um culpado para esse efeito. As paixões platônicas e cinematográficas são fantasias criadas por roteiristas que nós, homens, caímos. Como? Por meio de belíssimos exemplos de fêmeas humanas jovens perfeitamente problemáticas.

Coisas que nós, homens, adoramos. E mais uma vez caímos. Eu já desabei por algumas.

Essas algumas aqui.

Penny Lane (Kate Hudson) – Almost Famous (2000)

Não há como uma mulher chamada Penny Lane ser desinteressante.

A personagem ganha o filme Almoust Famous. Kate Hudson destaca-se não só pela interpretação impecável, mas também pelo modo sútil que flutua na tênue linha da egocêntrica Maria Palheta com a insegurança de alguém sem qualquer perspectiva de futuro.

Isso faz de Penny Lane tão interessante. Ela vivia.

Charlotte (Scarlett Johansson) – Lost in Translation (2003)

Não é o filme onde Scarlett Johansson aparece de modo mais acachapante.

Mas uma série de fatores faz dela uma tetéia em Lost in Translation. Fatores simples, como o cenário místico de Tóquio, o guarda-chuvas transparente, a peruca rosa, os diálogos com Bill Murray e até a solidão que a faz sofrer tanto.

Uma mulher bonita sempre fica mais bonita quando está em crise.

Andy Sachs (Anne Hathaway) – The Devil Wears Prada (2006)

Existem personagens que vão te ganhando com o passar do enredo. Aqui não.

Sou fã da Andy do início. Aquela atrapalhada, comum e até meio brega. É evidente que ela fica mais bonita com o passar da história. Mas tem horas que sinto falta daquela… – não quero usar o termo beleza comum – sei lá. Daquela verdade que existem num rosto matinal.

Acho que é isso. Enquanto mulheres se escondem quando acordam, nós procuramos a normalidade que existe atrás da maquiagem.

Claire Colburn (Kirsten Dunst) – Elizabethtown (2005)

A guria que conquista o cara.

Ah. Como é boa essa história. Foi assim em Elizabethtown, filme brilhante co-estrelado pela espetacular Kisten Dunst. Por meio de bilhetinhos, dicas e indiretas ela conquista todos. Até mesmo o espectador, claramente tocado pelo esforço da mulher no sucesso do relacionamento. Sem exageros. Apenas fazendo aquilo que o cara gosta.

Aliás, isso é algo comum em todas as mulheres listadas: a atitude. E sempre relacionada a uma verdade. Talvez seja esse, entre todas as possibilidades que a fantasia e a ficção nos proporcionam, o nosso ponto fraco. O de querer encontrar a inocência da normalidade entre tantas acusações de esteriótipos. Esse ar de quem está pouco se fodendo se perdeu com a necessidade de ter uma opinião sobre tudo. Formada ou não.

A gente não quer discutir a diferença de meme e viral ou buscar evidências para acusar o vizinho de hipster. Tem dias que a gente só quer alguém pra trocar uma ideia e tomar uma cerveja.



Summer Finn (Zooey Deschanel) – Days of Summer (2009)

Simples entender porque o pobre Tom se encanta por Summer. Ela é uma cantada em silêncio. Um drible parado. Uma provocação coberta. E todas as outras figuras de linguagem que possam exemplificar o quanto a incauta é apaixonante.

O problema é: as reações de Summer são tão maléficas ao seu coração quando um Diner do Zé do Hamburguer com fritas. Sabendo disso, você resiste. Só que por pouco tempo. Ela reaparece cantando Nancy Sinatra no karaokê e olhando no seus olhos.

Você cede. E começa tudo novo. Com maionese extra.

Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent) – Inglourious Basterds (2009)

Dizem que o grande achado de Tarantino em Inglourious Basterds é Christoph Waltz.

Bobagem.

Tarantino fez bem em escalar uma francesa para fazer uma francesa. Sabe por que? Porque ela é muito francesa. Mas muito francesa. Tem coisa mais francesa que tomar um vinho em um buraco qualquer de Paris enquanto lê Leslie Charteris e segura o cigarro com a mão esquerda?

Cara. Essa guria é muito francesa.

Eu pagaria uma cerveja pra essas. Até duas.



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