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terça-feira, setembro 16, 2014

Fotógrafo considerado culpado por tiro no olho quer seguir carreira no AP

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Por John Pacheco, do G1 Amapá

“Não me dei conta da proporção que essa decisão teve, pois a partir de agora qualquer jornalista pode tomar um tiro trabalhando, e a polícia vai alegar que a culpa é dele”. A frase é do fotógrafo carioca Alex Silveira, de 43 anos. Em Macapá para compromissos profissionais, ele lamenta a decisão da Justiça de São Paulo que o considerou culpado por ter sido atingido no olho esquerdo por uma bala de borracha durante a cobertura de um protesto de professores em 2000, na Av. Paulista, para o jornal Agora SP.

A sentença em segunda instância revogou a decisão anterior que condenava o estado de São Paulo a pagar 100 salários mínimos ao fotógrafo. Ele perdeu quase 80% da visão do olho esquerdo. Silveira revela que pretende seguir a carreira no estado onde já trabalhou por oito anos.

O fotógrafo disse que ficou surpreso com a campanha que está sendo desenvolvida por jornalistas de todo o país nas redes sociais. A ação cobra justiça para o caso. No ensaio denominado "Os Culpados" os profissionais compartilham fotos usando tapa-olho. Silveira publicou as imagens no próprio perfil em uma rede social.

“A minha preocupação é que isso atinja diretamente a todos os jornalistas, pois a Justiça sabe que levei um tiro vindo de um policial, mas a justificativa é que eu deveria ter saído de lá. Como um jornalista vai ficar assim? É ilógico, pois eles alegam que praticamente me joguei para tomar um tiro”, ironizou Silveira, que recorreu da decisão.

Sobre a volta ao Amapá, o profissional diz que o retorno é um presente para si mesmo. Ele conta que pretende continuar com o trabalho feito ao longo de oito anos em instituições públicas e entidades de preservação ambiental, como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

“Macapá é uma capital extremamente atrativa, mas o diferencial mesmo é a natureza exuberante. O Cabo Orange [ponto mais ao Norte do Amapá] é um espaço surreal e inspirador assim como o Lago Piratuba. Amo este estado e voltei para cá por isso”, elogiou.


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